10 de abril de 2012

Cabecinhas

Tanta coisa acontecendo o tempo todo e a gente, quase sempre, desejando frear essa intensidade e rapidez temporais. Muitas vezes, reclamamos, nos definimos cansadas, criamos rugas de preocupações e, por pouco, não nos definimos como sofredoras... sobreviventes ao caos... Sou assim. Muitas de nós somos exatamente assim.

Em meio a isso tudo, chega a reunião final com a Beta. A quem não sabe essa é uma reunião que ocorre cerca de um/dois meses antes do casamento. Ou seja, naquele momento em que a noiva parece uma bomba relógio prestes à explosão. Eu me encontro com a Beta e ela sorri. Eu converso com a Beta e não ouço desespero na voz. O tempo corre e ela não reclama em nenhum minuto. Beta emagreceu, tá lindona. Quilos que se foram junto ao enorme gasto de energia típico de quem precisa lutar mais do que o usual.

Alguns fatos me emocionam muito. Um deles é ver uma noiva que contratou um tantão de coisa bacanérrima e tem como maior desejo que o Pai do Céu conceda um dia bom ao Pai da Terra. Tá tudo lindo? Sim, que bom. Mas, o maior presente será caminhar os preciosos passos da Igreja ao lado do seu pai.

Beta, você é uma lição a todos meus faniquitos. É uma inspiração ao sorriso. Cada vez que eu ouvia um caso de alguém que demorou a dar-lhe um retorno, eu ficava brava. Brava, mas brava mesmo! Não entendo como vc podia ir atrás do fornecedor, mesmo consumida pelo momento que vive e o outro não podia parar 5 minutos para respondê-la. Daí, vc gastava mais ainda do seu tempo, do tempo em que poderia dar mais um beijo em seu pai, segurar a mão ou simplesmente ficar ao lado dele em silêncio, curtindo a presença gostosa de quem se ama e corria atrás do fornecedor novamente. E, ainda assim, eu nunca a vi brava...  E ainda assim, vc nunca usou o argumento do seu momento para nada, mesmo sabendo que esse argumento, por ser tão forte e real poderia acelerar as respostas e facilitar sua vida. Vc com sua grandeza.

Quero um dia, quem sabe, ter uma cabeça assim. Ter esse equilíbrio.  Enquanto não tenho, procuro aprender com as Betas da vida. Rezo por cada Beta que surge em meu caminho. Em sua cerimônia, após sua entrada deslumbrante ao lado do seu pai, agradecerei ao Pai do Céu a concessão de cada passo e peço desculpas desde já, porque é bem provável que eu vá chorar ao vê-los nesse momento.

Não me esqueci de sua mãe, também guerreira. O post é para ela também, merecidamente.

Junto a vocês, eu conto as horas e desejo pressa ao relógio. Que venha logo! 


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